terça-feira, 27 de março de 2007

CUPIDO

Conceito: CupidoAquele anjinho com asas que anda por ai a juntar casais. Bem... Para dizer a verdade, originalmente, tal como os Gregos o viam, não era assim lá muito anjinho, bem pelo contrário. Que o diga quem já andou com os amores ás avessas. Mas os românticos do sec XIX adoravam transformar tudo em coisas fofinhas para seduzir as ladys entre um desmaio e um afrontamento.

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Hoje recebi uma notícia que me fez muito feliz.
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Mas contente mesmo! Daqueles contentes que dá vontade de pegar nas mãos dela e saltar enquanto se grita, estão a ver? Assim como quando uma amiga nos diz que vai casar ou que está grávida e uma pessoa fica estupidamente alegre?
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É assim que eu estou!
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Ela pediu-me para não contar, mas acho que não faz mal contar aqui, porque a maioria de vocês não a conhecem e aqueles que a conhecem serão discretos, como bons amigos que são.
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Então cá vai!
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A minha ex-mulher tem um namorado.
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Não é fixe? (E não, não estou a ser irónico! Estou mesmo e sinceramente muito contente por eles!)
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Uma das reflexões que me levou a terminar o casamento foi a tomada de consciência que eu, ao continuar ali fisicamente, estava a impedir a minha ex de eventualmente vir a conhecer alguém que a amasse como ela merecia e eu já não era capaz.
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Por isso quando hoje ela me disse que estava a namorar Eu fiquei contente e, confesso, senti que me tiraram um peso dos ombros. Afinal, o choro e a angústia dela quando nos separámos tiveram um final feliz.
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Ainda para mais ele é um amigo meu, a quem eu, no início deste ano, recomendei que recorresse aos serviços profissionais dela. E é um gajo impecável!

O mais giro é que este ano já é o segundo casalinho que "junto". E sei de fonte segura que os seus encontros geralmente começam com um martini... Por isso, caras leitoras, não desesperem: Ainda tenho mais alguns amigos no meu catálogo. :-)
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É mesmo fixe ser-se Cupido, mesmo quando não é de propósito.
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Estou mesmo contente!

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Bons Martinis!

sexta-feira, 23 de março de 2007

NATURAL

Conceito: Natural – Aquilo que nasce connosco. Agir naturalmente. Ser natural. Ser nós próprios. Não ser artificial, não ser teatral.
O teatro não é natural? Pois não... É aprendido e representado. É bem!

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Não quero ser natural!
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Eu detesto que me digam que devo ser eu próprio, que tenho de ser natural e essas coisas todas que ás vezes se diz. Simplesmente acho que não faz sentido.
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É como dizerem-me que, na área profissional por exemplo, me devo acomodar ao trabalho que tenho, sem ambicionar algo melhor e fazer por isso. Não entendo porque é que na esfera social ou pessoal o desejo de progredir, de sermos o melhor que podermos ser e fazer por isso, é imediatamente visto como algo que não é verdadeiro.
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Se eu disser que vou fazer um MBA isso é aceitável e até me fica bem. Se digo que quero ir a um seminário para melhorar as minhas capacidades sociais (Falar em publico ou aprender linguagem corporal, por exemplo) lá me vêm com a história do ser natural e de ser eu próprio.
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Imaginem que eu não era o martini man que tem desligar o telemóvel para estar sossegado em casa, mas que até era um tipo tímido e com vergonha de falar com mulheres. Não tinha o direito de tentar por qualquer meio superar essa timidez? Deveria estar condenado a uma vida solitária só porque tive azar?
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É natural que tudo saísse mal da primeira vez que abordasse uma menina, mas essa não é a verdadeira questão. A questão é que eu estaria a fazer alguma coisa por mim. Uma coisa que não me seria (AGORA e por enquanto) natural, é verdade. Que até poderia parecer ensaiada e forçada, seja. Mas que com a continuação, com a prática, através de um processo de aprendizagem, se tornaria natural em mim.
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Faz hoje 9 meses que mudei a minha vida.
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Foi uma mudança radical, deliberada, pensada, complicada. Não estava bem, durante um ano pensei, analisei e depois mudei. As simple as that. Não foi uma evolução natural. Foi algo artificial e premeditado que introduzi na minha vida e na de outras pessoas
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Eu acredito muito em mudanças vindas de fora para dentro. Acredito que fazer algo fora da nossa zona de conforto, nos pode fazer mudar a nossa atitude perante a vida e perante nós próprios. Tenho uma amiga que começou a fazer surf e só pelo facto de se ter conseguido por de pé na prancha, sentiu-se mais forte. É uma coisa pequena, sem importância, podem dizer. Mas a prática regular vai tornar-la mais segura, mais independente, mais interessante. Muito mais interessante, diga-se...
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Estava outro dia a pensar que se há traço condutor da minha vida, da minha personalidade, é a mudança, frequentemente auto-imposta e com uma direcção especifica. Os tempos em que estive estável, vejo-os, de uma forma ou de outra, como tempos de estagnação, de não vida.
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E a cada mudança, tenho-me sentido melhor comigo próprio.
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Por isso não me venham com a conversa de “ser natural”.


Bons Martinis

terça-feira, 20 de março de 2007

AMOR

Conceito: Amor – Para lá da paixão, muito alem da amizade. Uma ligação especial entre duas ou mais pessoas. Uma forma de vida. Sempre eterno, o seu objecto é que pode mudar ao longo da vida.

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Abriste-me a porta com um sorriso aberto como o coração.
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Tinhas aquele vestido vermelho que te fica tão bem. Olhaste para mim divertida, mandaste-me entrar e beijaste-me.
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Depois, pela mão, levaste-me para a sala de jantar. A mesa estava posta para um jantar a dois. Duas velas esperavam para ser acendidas.
- Mandei vir piza! – Disse ela, sabendo o significado que tinha para nós
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Jantamos à luz das velas, falando do passado e do presente, como quem sabe que terá sempre um futuro comum.
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Depois, quando estávamos a lavar as mãos, olhaste-me nos olhos pelo espelho e perguntaste:
- És meu amigo?
- Sou mais que amigo. Sou teu pai…






Bons Martinis!

sexta-feira, 16 de março de 2007

Fracção

Conceito: Fracção – Parte de. Um bocado de um todo. Algo incompleto. O contrário de inteiro. Um partido ou f(r)acção.
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Há uma certa tendência para termos as nossas relações fraccionadas.
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É fácil termos uma pessoa para ir ao cinema, outra com quem dançar, outra para dar umas fodas selvagens, outra para nos reconfortar a alma, outra para irmos de férias, outra para as festas, outra para os passeios, outra para jogarmos playstation, outra para mimar, outra para nos fazer o jantar...
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É cómodo, é moderno, e sem riscos. Acho que isto até foi tema de um episódio do “Sexo e a Cidade”. Ou seria de um livro da Margarida Rebelo Pinto? Tambem não interessa…
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Cada pessoa está bem arrumada no seu nicho, cada uma tem um papel definido (pelo menos aos nossos olhos...) Só estamos com cada uma delas quando e enquanto nos apetecer. Sempre que ela não cumpra a sua função podemos ir buscar outra donde esta veio. Muito pratico!
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Mas ás vezes há problemas com pessoas que não sabem o seu lugar...
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Por exemplo imaginem que o “reconfortador” se passa da cabeça e começa a querer também ser o “fodedor”? Não pode ser, pois não? Lá por ter acesso directo à nossa alma não quer dizer que também possa ter ao nosso corpo. Onde é que já se viu? Como é que é possível um gajo dar uma foda potente em cima da mesa de jantar a uma gaja que nos conheça e compreenda? Dá para lhe chamar nomes e pegar nela por detrás e dar-lhe com alma? A uma gaja que eu respeite e admire?? Não pode! Era o fim do mundo! Não há tesão para uma coisa dessas! Nem ela se ia sentir à vontade a chupar um gajo que sabe que ela chorou depois do primeiro beijo aos 12 anos…
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Por isso o importante é manter as coisas bem arrumadinhas, ter sempre na ponta da língua um “Somos só amigos!” e sorrir!
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Principalmente sorrir a este mundo novo e admirável das relações fraccionadas.
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(Mas... e se durante o cinema nos apetecer dar a mão? Ou se depois da foda selvagem em cima da mesa de jantar sentirmos um impulso para abrirmos a alma?
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E se nos fartarmos de estar sempre com todos e nunca com ninguém?
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Como é que fazemos? )




Bons Martinis!

segunda-feira, 12 de março de 2007

In Disponibilidade

Conceito: In Disponível – In, o contrário de Out. O que está na moda, ou a dar. Cena mesmo fixola. Coisa que eu gramo bué. Expressão usada por uma tia de Cascais ou da Foz indiscriminadamente, peceeebe?
Disponível, pronto, disposto a, atento a. Se for caso disso, se valer a pena.
In Disponível = Uma disponibilidade só para o melhor.
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Caro Dumal,
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É anti-natura a tua indisponibilidade!
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Não faz qualquer sentido. Tu não nasceste para monge, e continuas a gostar de uns cabelos longos ou de um beijo abraçado com a lembrança de noites passadas. Não és um gajo de ficar em casa a arrumar a colecção de selos ou a chorar desventuras. Tu gostas da vida e o que seria da nossa sem as mulheres?
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Não nos devemos privar dos prazeres, nem ceder-lhes por necessidade fisiológica, mas sim por gosto.
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Por isso, deixa-me que te diga, que esse teu conceito ascético de indisponível te fica mal, não faz a tua cara e até soa a falso para quem não toma cafés contigo.
Ambos sabemos que a alternativa já não passa pelo acordar de manhã e perguntar o nome dela. Isso já foi Havai que deu gajas. Não!
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As coisas passam antes pela In Disponibilidade: Estar muito e bem, só com quem nos dá prazeres (e eles são muitos e de variada forma) e que nos mereça.

Um abraço e
Bons Martinis!

(E não criaste um monstro! Eu sempre foi assim, mas só agora estou In Disponível )

quinta-feira, 8 de março de 2007

Kleenex

Conceito: Kleenex – Marca de lenços de papel e outros produtos de higiene. Os próprios lenços de papel descartáveis. Um dos casos em que a designação comercial transformou-se em sinónimo do produto.
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Eu sou um gajo Kleenex!
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É uma coisa mais forte do que eu, mas quando uma menina me liga a chorar por ter sido chutada pelo ex, não consigo resistir e lá vou eu feito parvo, aliás, feito Kleenex, enxugar-lhe as lágrimas. É um dos defeitos que eu tenho e quero ver se acabo com isso.
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Depois acontece uma de duas coisas, ou sou descartados o que é normal, porque poucas pessoas se sentem confortáveis tendo por perto um lenço sujo onde mostraram o seu lado mais vulnerável, do ranho e lágrimas; ou sou dobradinho e guardado no bolso, para uso futuro. Lindo...
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Por isso, agora não estranhem, se da próxima vez que me ligarem, eu vos mandar dar uma volta dizendo que o gajo que vos fez as lágrimas que as enxugue.
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É que descartável por descartável, prefiro ser Durex.

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Bons Martinis

(E por acaso ontem, ao fim da tarde, foi aberta a época oficial do Martini Time, no Jardim do Tabaco. Já tinha saudade das duas morangoskas ao lado do martini...)

terça-feira, 6 de março de 2007

Destino

Conceito: Destino – Algo que estava predestinado para acontecer. Uma força exterior a nós que determina tudo o que fazemos. Não lhe podemos fugir. O contrário de livre-arbitrio. Se o destino existe para quê fazer alguma coisa? Já está tudo… destinado, não é?
Não!
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Outro dia estava a falar com uma amiga que me dizia que se uma coisa estiver destinada a acontecer, ela acontece. Se não acontecer, então não era esse o destino.
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Achei que era uma treta completa!
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Eu sou filho único e de pais que emocionalmente me negligenciaram. O meu destino era (e fui durante muitos anos) estar sozinho, a chorar de mim próprio, sem amigos, sem família e sem emoções. Se o destino existisse eu seria um tímido e humilde técnico de computadores, cuja vida era passada entre casa e o trabalho, tinha um ou dois amigos que eram as únicas pessoas com as quais falava sem ser no trabalho e nunca tinha recebido ou dado um beijo numa mulher que não fosse uma tia ou prima.
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Mas o destino não existe. Faz-se!
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Um dia (sim! Foi num dia particular e especfico. Posso dar-vos a data, até!) decidi romper a concha que me tinha sido destinada.
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Estudei algo completamente diferente, inscrevi-me em actividades, frequentei cursos, relacionei-me, arrisquei, declarei-me, levei tampas, chorei, ri, vivi.
Mudei o meu destino.
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Conscientemente, deliberadamente, planificadamente e ou caoticamente, mudei-o.
Se não o tivesse feito,
Nunca teria entrado em competições desportivas
Nunca teria esta profissão
Nunca teria beijado
Nunca teria amigos
Nunca teria fodido nem feito amor
Nem nunca teria amado
Nunca teria casado
Nunca teria casa
Nunca teria tido filhos
Nunca me teria divorciado
Nem nunca teria este blog
E muito menos teria fugido ao destino.
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Por isso, minha cara, o destino está lá para ser mudado.


Bons martinis

segunda-feira, 5 de março de 2007

Morte

Conceito: Morte – O fim da vida, o ponto final. Eventualmente o recomeço (depende do que se acredita), claramente o fim do ciclo. A morte faz parte da vida. É o mecanismo natural que recicla a vida e permite o nascimento da próxima geração. É graças à morte que em mim há moléculas que já foram dinossauros ou luz de estrelas distantes. Quanto à minha consciência, ela existirá enquanto vocês se lembrarem de mim.
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Eu não quero morrer num hospital.
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Não que eu tenha alguma coisa contra hospitais, que até lá passei muito tempo quando era pequeno graças à profissão dos meus pais. Mas morrer num hospital é deprimente…
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Uma pessoa está ali entubada, num sítio estranho e frio, sem ninguém conhecido à volta, anestesiado e meio inconsciente, sem poder.
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Se eu pudesse escolher, gostaria de morrer em glória, a fazer aquilo que gosto, no meio dos meus amigos, como o Feher. Ou então em minha casa, onde reunia todas as pessoas que foram e são importantes para mim e despedia-me delas. Ou ainda, depois de fazer amor, enquanto ela estava enroscada em mim, naqueles momentos de paz e comunhão absoluta.
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Se soubesse que ia morrer amanhã, fazia como o JC! Convidava os meus amigos e amigas todos, para um ultimo jantar e pedia-lhes para repetirem aquilo tudo em memória me mim.
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Quando ficar muito velho e estiver cheio de doenças, faço uma mochila e vou para uma montanha qualquer até ao fim. Não vou ficar a vegetar à espera da morte.
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Mas não quero morrer num hospital…
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Este martini é dedicado ao meu tio Augusto que morreu na madrugada de sábado.


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Tchim Tchim, tio!

quinta-feira, 1 de março de 2007

Oral

Conceito: Gosto – Sabor a. Apetência por. Paladar. Prazer. “Quem faz um filho, fá-lo por gosto” O meu gosto, eu gosto. Em Agosto? A gosto!
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É uma das coisas que mais prazer me dá, saborear uma senhora.
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Aninhar-me entre as coxas fofas, descobri-la, sentir o que mais lhe agrada, provocar-lhe um arrepio ou uma contracção. Passear as mãos pelas pernas, pela barriguinha, esticar-me até aos seios fofos e tesos. Ás vezes arranhar... mas não muito.
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Ser suave ou forte, rápido ou desesperadamente lento. Aspirá-la toda, brincar com o botão dela na minha boca, preso, suave mas firmemente, nos meus lábios. Penetrá-la com a língua, com os dedos, em todo o lado.
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Tocando tudo ou só um ponto, com calma, com gosto, com tesão mal contida, quase a rebentar, sem tempos fixos, só ficar ali a dar prazer.
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E depois ir ao céu e voltar, sempre com ela, sei lá quantas vezes. Nela! Eu e ela. Unidos, dois corpos feitos um. Ondulantes, como serpentes enlouquecidas.
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Todo o mundo e nada! Até ela já não aguentar mais e obrigar-me a parar.
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Gosto, pronto!



Bons Martinis