Mas o que é uma louca na cama?
Nas principais tabernas e roulottes de
couratos, escrevem-se compêndios sobre este estatuto. Particularidade: Todos os
homens – que frequentam tabernas e roulottes de couratos - já dormiram com pelo
menos uma “louca na cama”, mas na realidade nunca ninguém viu uma. A “louca na
cama” é uma espécie de monstro do Lochness do Cais do Sodré, mas com uma maior
probabilidade de acordar com um mau hálito a bater-nos nas fuças e cabelo a
entrar-nos pelas narinas adentro.
Há mulheres que se definem como “louca na cama”
o que seria um óptimo resume de entrada:
– Olá, eu sou a Ermelinda, sou farmacêutica,
gosto do running, de sunsets na Parede e sou uma “louca na cama”
No mundo ideal a malta ficaria contente porque
também gosta da Parede e atira-se ao naco como leão à gazela mais rechonchuda.
O problema é que o leão não se atira às gazelas (são as leoas que o fazem) e ao
fim de dez minutos percebemos que essa “louca na cama” se trata apenas de uma
maluca. Ora, uma maluca é uma maluca, uma louca na cama é uma “louca na cama”.
É a mesma diferença entre um sunset na Parede e um por do sol em Carcavelos,
pode parecer o mesmo, mas falta-lhe o odor da Buraca.
Quais os critérios que elevam uma senhora com
estatuto de “dona de casa desesperada” a “louca na cama”?
Há um critério – e só um – essencial para
perceber se uma dona de casa é afinal uma louca na cama: Uma “louca na cama”
viu todas as séries do Sexo e a Cidade mas já contactou, de facto, com um
orgasmo.
Aparentemente este critério é falível, mas se
pensarem que isso pressupõe que a pessoa em causa conhece de facto o seu corpo…
exacto…
Sejamos honestos. Da mesma forma que há pessoas
que chumbam 3 vezes no exame de código e ao fim de 12 tentativas, lá passam na
condução derivado ao sorriso que fizeram ao examinador de 85 anos, também há
senhoras que não nasceram para ser “loucas na cama”. Estão muito bem para se
apresentar à tia-avó conservadora de quem vamos herdar o t3 na Rinchoa, mas
ficamo-nos por isso.
Ser uma “louca na cama” não é uma questão de
vontade mas de talento.
Por outro lado, e mais importante, a esmagadora
maioria dos homens não sabe lidar com uma “louca na cama”. Alguma vez macho que
gosta de emborcar imperiais com os amigos está para se cansar e olhar para a
sua companheira com o único objectivo de saber onde lhe tocar? Claro que não. É
mais fácil adicionar mais 250 amigas no facebook! Ou ir uma semana para Ibiza
quase “comer” bifas embriagadas. Muito mais fácil.
Amigas e amigos:
Ter uma “louca na cama” é como conduzir um
fórmula 1; A malta acha que tem unhas, mas é provável que se espatife todo na
1ª curva, ou então seja obrigado a optar por uma condução mais defensiva, que
reduza o risco de felicidade, digo velocidade, e nunca saberá o que é passar
com as orelhas a 10 centímetros dos rails de protecção a 350km/h… e isso sim, é
emoção da boa.
Do Vosso
Mr. Dumal
3 comentários:
Caro Dumal,
Interessante esta dialectica, a da loucura horizontal (Não necessariamente, sejamos criativos!) Se com efeito o tal rotulo (pode ser um post-it na testa?) de LNC seria útil numa primeira fase, o certo é que retirava alguma beleza á coisa,( é a senhora...) ao tornar tudo muito obvio e previsível. Porque não há nada mais belo que ver a modesta carrinha Volvo transformar-se no Formula 1, com um toque aqui e outro acolá.
Claro que o inverso também acontece e a "gaja boua, boua, boua como as de Esposente" pode transmutar-se em peixe amorfo assim que mergulha nos lençois. Excesso de secura, talvez...
Agora onde tens completa razão, meu caro Dumal, é na caça á gazela: Para apanhar uma bem jeitosa, nada como atiçar-lhe uma Leoa.
Senhor, uma vénia é até á próxima
MM
Eu tinha medo se alguém me dissesse que eram loucos na cama . Pela simples razão que os que mais falam são os que menos fazem .
nice text
Cara Clikamaki,
Como sabe (e se não sabe devia!) os homens são como crianças: Só conseguem fazer uma coisa de cada vez, por isso se falam não fazem e se fazem, não falam. Principalmente porque a língua deve estar ocupada...
MM
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