terça-feira, 17 de novembro de 2009

KINO - por Fax, o Barman

Conceito: KINO – Abreviatura de Kinesthetics, Cinestesia. Toque. Pele com pele. Latim poupado.
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Gosto do que vejo.


Somos apresentados. Sorrio. Ela sorri. Em trânsito para os dois beijinhos, a minha mão assenta no sítio certo nas costas, e sinto a reacção dela na mão que me agarra o braço.

Isto não vai ser platónico.


Toco nela. Um deslizar aparentemente inocente dos dedos, quando já nem a olhava.
Viro-me para ela e ela para mim. A palma da minha mão rende as costas, o toque é mais quente e demorado. A mão dela vem ter com o meu braço, com o meu peito.
Apontando algo ao fundo da sala, abraço-a de lado. Sinto a minha cintura capturada, uma captura desapontada, quando intencionalmente desfaço o meu abraço.


Dou-lhe um encontrão e faço-me desapercebido. Nenhuma reacção. Tudo bem...

Repito: Dou-lhe um encontrão e faço-me desapercebido. Ela devolve. Finalmente! Eu repito. Ela devolve. O grupo olha para nós de lado. Apetece-nos rir à gargalhada. Agarro os dois ombros, viro-a para mim, puxo-a mais perto. Os olhos dela aliam-se ao sorriso. Volto a pô-la no lugar. Eu belisco-a, ela bate-me.

Não... Isto não vai ser platónico.

Levo-a pela mão, que agarra a minha firmemente, a explorar a casa. A meio reparo na música que nunca ouvi, apetece-me e paramos para dançar.

Céus, como ela se mexe. Isto não vai ser platónico!


A música não abranda, mas nós abrandamos. Caras unidas, respiração ao ouvido, ao pescoço. As mãos navegam sem rumo, os olhos fecham, o mundo pára...


Beijo-a onde o ombro e o pescoço se confundem. Beijo-a na face. Hesito enquanto respiramos sobre os lábios um do outro, que se projectam, perto demais. Beijo-a.
Quebro o beijo, sorrio, sorri, dançamos.

Devolvemo-nos ao grupo. Falhamos miseravelmente ao tentar fazer “ cara de poker” e somos recebidos por alguns sorrisos da amigas. Não viram nada, mas sabem tudo.

Belisco-a. Bate-me. Dá-me um encontrão. Descasco-me a rir. Vou à cozinha. Ela segue-me, primeiro com o olhar e depois, decidida, com o corpo.

Isto já não é platónico há muito tempo.


10 comentários:

tcp disse...

O amor anda no ar!!

E que continue a não ser platónico!

Van disse...

Adorei esse texto. Posso roubá-lo? ou melhor...pedir emprestado?

Fax, o Barman disse...

@tcp: Tchin-tchin!

@Van: Obrigado. Ia dizer para estares à vontade para citar, mas já vi que te antecipaste ;)

Pink disse...

OI...
De platónico nd tens...
Ganda sr, assim é q é. Aproveitar a vida e a saboreá-la..ao pormenor.
Claro q gostei e mt d texto. Como sempre maravilhosamente escrito.
Bjs ao "cotinha",
Até!

pecado original disse...

Quem te fez pensar em platónico ?

Pink disse...

Lindo serviço! Li td c tanta atenção...q nem vi quem escreveu o texto.
Sorry sr.Jovem.
Mas plo género d escrita pensei mesmo q fosse o sr.Martini.
Melhor, leio posts duplamente interessantes.
até.

Destroyer disse...

Nada platónico. É disso que queremos no sábado à noite! Mulheres pouco complicadas... como nós!!!!
Grande blog. abraço

Martini Man disse...

Destoyer: As complicadas tudo bem. (aliás, quem o não é...) desde que não tenham cabeça frita...

Isabel disse...

A tua escrita é como o vinho do Porto, a cada ano está melhor :)

Fax, o Barman disse...

Gosto em ver-te por cá, Isabel, e esse deve ser dos melhores elogios que um homem do Norte pode receber ;) obrigado.