quarta-feira, 30 de maio de 2007

As Mulheres - Patricia

Começo hoje uma serie de posts dedicados ás mulheres que estiveram na minha vida. Com elas aprendi tudo o que sei, acerca de mim e delas, porque não há como uma mulher para um homem se conhecer.

Os nomes são ficicios (... ou não!) mas as situações são completamente verdadeiras. Vou seguir uma ordem cronológica, por ser a unica justa, porque dentro das importâncias relativas e devidas, todas foram importantes, mas algumas foram mais importantes que outras.

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Patricia

Era loura e tinha uns olhos em amêndoa, que lhe dava um ar selvagem.
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Ela andava noutra turma e já nem me lembro como é que reparei nela... Rebuscando nas memórias acho que é capaz de ter sido no refeitório. Uma pessoa com 12 anos ainda não sabe reter na memória aquilo que vai ser importante.
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Estava no 2º ano da Preparatória e estava muito bem! Pela primeira vez gostava de ir á escola, que era um sitio arejado, amplo, moderno. Foi ai que tive os meus primeiros amigos, daqueles que nos escolhem em primeiros para os trabalhos de grupo, mesmo quando nós ficámos, de propósito, quietinhos no nosso canto. Daqueles que nos convidam para as festas de anos (mas não iam ás nossas... Fazer anos em Agosto é lixado!) Daqueles que nós, na nossa ingenuidade da idade, acreditamos de vamos ter para toda a vida.
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Também foi aqui que comecei a conviver com raparigas. Até então tinha feito toda a primária em turmas só de rapazes (Obrigado, Estado Novo!...) Na Preparatória descobri que havia outras raparigas no mundo para alem da vizinha do lado.
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A minha primeira impressão é que elas tinham uma letra esquisita, assim redondinha, muito certinha e todas tinham a mesma letra que escreviam nos mesmo cadernos cor-de-rosa ou ás florzinhas. Para alem disso gritavam muito, eram aplicadas nas aulas e não jogavam á bola, apesar de andarem em bando como nós.
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E eram giras...
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Eram tremendamente giras com aqueles cabelos compridos e uns olhos completamente diferentes dos nossos. Desde então a minha perdição são os olhos das mulheres. Olhos como os da Patrícia...
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A Patrícia...
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Passei o ano lectivo todo a adorá-la de longe. Nunca lhe falei, apesar de o ter podido fazer em duas ou três ocasiões. Descobri-lhe o nome através de um colega que tinha um amigo na turma dela, mas nem mesmo assim arranjei coragem para lhe falar. E se a tivesse, diria o quê?
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Por isso limitava-me a adorá-la de longe. A dada altura a coisa passou a ser tão obvia que já a escola toda sabia e ela passou a olhar para mim. Ás vezes ria-se ou sorria, o que me fazia disparar o coração a mil á hora, numa reacção física que nunca mais senti.
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No ultimo dia de aulas, ao sair do portão, um amigo disse-me
-Agora nunca mais a vês...
-Pois não! – Disse eu sem olhar para trás.
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Passados dez, talvez doze anos estava eu a passear no calçadão da Costa da Caparica, no meio da multidão que ia ou vinha da praia e vejo-a. Apesar do tempo passado reconheci-a imediatamente e novamente o meu coração disparou. Um minuto depois ela já tinha desaparecido. Paralisado, também não lhe disse nada.
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Foi nesse dia que aprendi que, apesar do tempo não voltar para trás, a vida dá-nos sempre uma segunda oportunidade.
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Se a agarramos ou não, já é outra coisa.

terça-feira, 29 de maio de 2007

(Para) Anormal

Conceito: (Para)Anormal – O que não é normal (podem dizer daaaah!) O que é invulgar, raro, especifico. Algo particular,. Uma particularidade. Algo que não é comum á maioria. O que está para alem do normal
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Eu sou um (par)anormal ( Podem voltar a dizer: Daaaaaah!)


Estou a chegar á conclusão que consigo ver algumas coisas que as outras pessoas não vêem, e que sempre julguei que todos conseguiam.

São elas:

- Há pessoas que quando as conheço eu tenho a noção exacta de quanto tempo vão ficar na minha vida.. Consigo perceber se vão ficar muito tempo (anos) ou pouco tempo (meses) Não é uma coisa que aconteça com toda a gente que conheço, nem é dependente do tipo de relação ou de quanto eu gosto daquela pessoa, mas tenho esta percepção com a maioria das pessoas. Sempre pensei que toda a gente podia fazer isto, até ao dia em que digo a um amigo, qualquer coisa como " O Zé é umas daquelas pessoas que já sabes que não vão ficar na tua vida muito tempo..." Ai fui interrompido com a pergunta espantada de como é que eu sabia isso. Sei. Só isso...

- Ás vezes consigo ver como será a cara de uma pessoa quando tiver determinada idade. Não sei se é por causa de uma combinação de luz e de sombras, da posição da cara, ou de uma expressão momentânea, mas o certo é que de repente eu vejo nitidamente aquela cara no futuro e tenho uma indicação da idade. Ainda na quarta-feira passada vi, numa mulher de 30, a cara que ela terá aos 54 anos (Sim, continuas bonita. Um bocadinho mais gorducha, com as bochechas descaídas, mas o olhar (e a alma) será o mesmo)

-Noutras ocasiões vejo uma pessoa ligada a uma época passada. É o que eu chamo as "Caras de Época". Há caras que são da Idade Média, outras dos anos 20, outras da época Vitoriana, etc. Ainda na sexta-feira passada, num jantar uma amiga, via como uma camponesa. Estava a olhar para ela e de repente vejo-a de lenço na cabeça. Eu tinha uma amiga que tinha vindo directamente do inicio dos anos 30, e outra que, sempre que olho para ela, a vejo como uma senhora de sociedade, do fim do século XIX.

Antes que comecem a marcar consultas com o Professor Martini, digo já que não consigo provocar nada disto. São coisas que me acontecem e não consigo prever quando é que vão (ou se) acontecer


Como me está a acontecer tanta coisa na minha nova casa, decidi partilha-la convosco aqui:






As Aventuras de Martini Man na Casa sem Cadeiras

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Os Ex.

Conceito: EX – O que já não é. O que era, o que foi e o que não foi. Passado. Fim.
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Não entendo a obsessão das mulheres com os Ex.


Acho que tem a ver com a sua tendência para a ruminância e com o facto de transportarem tudo numa mala de mão.


No fundo são incapazes de largar o passado, de uma forma ou de outra. Desde pequeninas que são ensinadas a guardar tudo, sejam as bonecas, as amigas ou as quezílias pendentes.


Ser um EX é uma coisa porreira. É talvez mesmo melhor que ser o Actual. É que um EX já sabe que foi de vela e sempre que recebe uma mensagem da EX percebe que ainda bate qualquer coisa lá dentro por ele, o que se pode traduzir a prazo numas sessões de enrolanço, sem ter de fazer nada.. Não tendo nada a perder, tudo o que aparecer é ganho. Já o Actual está sempre de pé atrás em relação aos EX, uma vez que tem muito a perder.


Por isso o que um gajo deve fazer é tentar rapidamente tornar-se num EX. Conhecer a mocinha, leva-la a um sitio fashion, começar a escalar o toque, dar-lhe 3 ou 4 bem dadas e depois dizer que "Afinal somos incompatíveis..." ou "Gosto muito de ti, mas tenho de me encontrar..." ou " Não te quero magoar..." Enfim, daquelas tretas que servem para mostrar que no fundo somos uma alma tortuosa e sofrida e que, para não a magoar, temos de nos afastar. E pronto: Passamos a ser um Ex. a que ela irá recorrer sempre que tiver sozinha.


Repete-se o processo 4 ou 5 vezes (ou uma dúzia!) e começa-se a ter problemas de agenda.


E agora, aquela que NUNCA mandou um sms a um EX, que atire o primeiro comentário...




(Se acho que isto faz sentido? Não, não faz, mas lá está: Os homens reagem ao que resulta!)

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Estratégia


Conceito: Estratégia – Plano. No sentido militar e clássico é a movimentação dos exércitos para a batalha. Conjunto de procedimentos, pensados ou não, com vista a um resultado favorável.
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Martini – Mas isso é uma estratégia suicidaria!
Amiga – Suicidária como?
Martini – Pá... É suicidária porque garante que chegas aos 50 sozinha e completamente amargurada.
Amiga – Não agoires!
Martini – Mas é verdade! Isso não faz sentido nenhum a longo prazo! Não faz sentido!
Repara: Tu gostas dele, gostas de sair com ele, de falar, de estar, achas que o gajo é giro, que fica bem de fato de neoprene, andas há 2 meses só a falar nele e agora vens com a história de esperar que não haja nada entre vocês só para não estragar a amizade que têm??? Helloooooo! Mas isto faz algum sentido?
Amiga – Mas a amizade é muito importante...
Martini – Eu quero lá saber que a amizade seja importante! Tu não o vês só como amigo. Ainda há bocado disseste que fazes um esforço para não dares nada a entender que gostas dele. Porque gostas dele, não gostas?
Amiga – Gosto...
Martini – Foda-se ! Mas isso não faz sentido nenhum! Tu já pensaste que podes estar a passar ao lado de uma coisa muito boa para ti? E tudo porque não queres arriscar um bocadinho...
Amiga – E se não sou correspondida? Faço figura de parva!
Martini – Boa! E assim cada um fica na sua torre de marfim e não dizem nada um ao outro e passam um pelo outro. Fixe! Repara no que nos estamos a tornar: Evitamos andar com as pessoas que gostamos mesmo, por ter medo de nos magoar e perder o que já temos. Por outro lado damos umas quecas com quem nos é indiferente e que já sabemos que é uma coisa que vai durar só um mês se tivermos sorte. Mas isto faz algum sentido??? Por isso é que eu digo que isto é uma estratégia suicidária: é que afastamos as pessoas com as quais sabemos que podíamos construir alguma coisa com significado, e andamos com as que só querem cama. No curto prazo protegemo-nos, mas no longo prazo garantimos que vamos ficar sozinhos, ao fugirmos de quem gosta de nós. Esta coisa não faz sentido...
Amiga – Mas não faz sentido mesmo! Estamos todos deformados...
Martini – Mas completamente! E isto é uma coisa que afecta toda esta geração de gente emocionalmente ferida. Daqui a 10 anos vamos ter milhares de depressões e suicídios.
Perdemos a capacidade de nos entregarmos.
Amiga – Ainda outro dia falava com uma amiga e ela dizia-me que há gajos que passam pela nossa vida, entram e saem sem deixar marca, como se nunca lá tivessem estado.
Martini – E há mulheres assim, também...
Amiga – Mas os gajos é que são assim! Só querem cama e depois bazam.
Martini – São assim porque vocês os querem assim!
Amiga – Não vais dizer que somos coniventes...
Martini – Vou! Não me dizias á bocado que só te enrolavas com sacanas? Então os gajos só reagem ao que resulta. Se o que resulta é ser sacana, eles são sacanas! Olha para este tipo de quem tu gostas. Serve de alguma coisa tu gostares dele? E o outro anterior, o que não enganava ninguém e com o qual andaste um mês enrolada?
Amiga - .No que nos tornámos...
Martini – A única hipótese é quebrar o padrão! É acabar com o fraccionamento , é deixar de ter medo é tornar as coisas simples Promete-me que lhe dás uma hipótese!
Não tens de lhe fazer uma declaração, mas convida-o para saírem sozinhos, em vez de saírem em grupo. Abre uma janela ou uma porta. Dá uma hipótese a ti própria!
Amiga – Ok! Eu depois conto-te como foi a nossa próxima saída.

( O diálogo é real)
Bons martinis!

segunda-feira, 14 de maio de 2007

RUMINÂNCIAS

Conceito: Ruminância - O acto de ruminar ou de remoer. Ficar a pensar na morte da bezerra. Pensar e voltar a pensar tudo o que se passou com nostalgia saudosista. Pena... Achar que se deve sempre dizer a última palavra e ficar empancado enquanto ela não é dita.
Olhar para trás e não ver o que está á frente.
Coisa de gaja, mesmo!

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Uma das coisas que me impresiona nas mulheres é a sua capacidade inutil de remoer vidas passadas.
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Depois de alguma coisa significativa (e geralmente má!) ficam ali paradas um tempo mental que pode durar anos a pensar na situação, a olhar para trás e para dentro, sem coragem de seguir em frente e continar a viver.
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É como se uma relação só tivesse valor depois de ser chorada 6 meses.
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Paralisam só porque um namorado (se é que o era...) lhes disse adeus. Como se aquele fosse o ultimo homem á face da terra... Depois auto examinam-se com um olho mais crítico e mórbido do que quando procuram nelas as curvas que acham que estão a mais. Veêm culpas que não existem, perdem passados que nunca o foram, e choram futuros que só existiram em sonhos.
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Ruminam, básicamente... E deixam passar a seu lado a erva fresca que continua a crescer
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Confesso que não percebo essa necessidade de tempos de luto e de quarentena a seguir a cada fim de relação. Percebo o choro, partilho a dor, entendo a perda, mas não percebo a recusa em voltar a viver.

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Por isso é que adorei aquela tirada no filme Manual do Amor quando o actor principal do primeiro segmento diz aquela que iria ser a sua namorada:

"- E aquele quem é? Não me digas que é um ex?... Era um ex! Afinal és igual a todas as outras, que quando se sentem carentes só olham para o passado e não olham para a frente. "








Bons Martinis!

sábado, 12 de maio de 2007

DESIGN

Conceito: Design – Desenhado, pensado, estudado. O belo e a função. Uma bela função ou em função do belo? Depende…
Do que se estuda, do que se pensa, do que se desenha. Do que se vive ou se quer viver. De como designamos as nossas vidas e que desígnio lhe damos.
Designadamente…
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Eu detesto os utilitarismos!
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Aquelas coisas que foram feitas só para servir, sem chama, sem beleza, só com função. Fazem-me confusão!
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Para mim tudo tem de ter algo para alem do óbvio, do imediato, do visível se quisermos. Um entalhe que não tinha de lá estar, para cumprir a função estrita do objecto, é, para mim, uma manifestação de individualidade e liberdade.
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Por isso as pessoas planas aborrecem-me. Prefiro-as com diversas facetas ou em crescimento, onde tudo ou muito é potencial.
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Estou a mobilar a minha casa tendo por base uma imagem, um conceito que para mim é claro, apesar de não ser nítido, nem inflexível. Quero um tipo de ambiente e consigo-o com os moveis e adereços adequados, os quais têm de constituir um todo harmónico (pelo menos para mim) apesar de estilos e origens diferentes.
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Este esforço de design é a materialização da minha vida, que passa por não aceitar aquilo que estava convencionado e que era seguro.
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Porque eu não sou óbvio, nem um dado adquirido. Eu não faço aquilo que os outros julgam normal. Aliás, até faço propositadamente o contrário daquilo que eles fazem, confesso.
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Por isso não vou ter uma única cadeira em casa.
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( Casa de banho: Operacional. Cozinha: WIINDA!!! Sala: a 10%. Quarto: a 30% )
Bons Martinis!

domingo, 6 de maio de 2007

KISS

Conceito: KISS - Keep It Simple, Stupid! O mínimo denominador comum. Manter simples as coisas simples. Não fazer filmes. Não pensar demais. Viver.
Beijo. Também…

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Eu tenho o hábito de ir à procura do mínimo denominador comum, da essência das coisas e a partir dai, da raiz dos problemas, tomar as minhas decisões.
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As relações amorosas normalmente são simples, quando vistas a esta luz: Eu gosto de ti, tu gostas de mim.
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È simples, é claro. Como consequência disto gostamos de estar juntos e temos de investir na relação, para ela continuar a desenvolver-se. Tudo o resto é acessório e geralmente só lá está para causar confusão.
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Numa relação ou estamos a investir nela, ou estamos a acaba-la. Investir é estar, pensar no outro e comunicar com ele. Isto quer dizer que uma relação é principalmente uma coisa intencional e construída. È só uma questão de nós querermos desenvolver esse gosto.
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Havia uma altura na nossa vida em que os namoros eram simples e as amizades para sempre. Depois começamos a complicar as coisas, a ter medos, a proteger-nos e a dada altura (agora!) estamos todos metidos dentro de armaduras, com medo uns dos outros e a lamentar-nos pelo facto de já ninguém ser sincero e aberto como antigamente, no tempo em que os namoros eram simples.
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Isto deve ter começado no dia em que descobrimos que estas coisas das relações nos podiam magoar muito. Passamos todos, mais ou menos, a gatos escaldados e temos medo de cada novo copo de água que aparece.
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Vamos fazer uma coisa: Encarem isto como um desafio. Da próxima vez que alguém vos aparecer não joguem à defesa. Façam o que vos apetecer, digam o que vos vai no coração. Não imaginem fins que podem não acontecer, nem consequências que podem não se verificar.
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Sejam vocês e o vosso gosto.
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Simplesmente…
(He's looking at you, Kid!)

terça-feira, 1 de maio de 2007

Hedonismo

Conceito: Hedonismo - Doutrina que afirma ser o prazer individual e imediato o supremo bem da vida humana. O hedonismo moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.
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Ela disse-me que era hedonista e que tinha demorado algum tempo a lá chegar.
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Toldado pelos martinis, (ou seria pelos bacardis? Não interessa…) pensei que de facto ainda são umas horas valentes de avião para a Jamaica. Não é como ir à Costa da Caparica ou a Mira. É coisa que demora o seu tempo e requer preparação.
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Estava para convidá-la para uma semana lá, quando um dos dois neurónios sóbrios que me restavam, se lembrou que, pela pinta da moça, aquilo devia ser mais uma questão filosófica que carnal… ou não!
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Por isso fiz uma cara pensativa, enquanto na realidade tentava encontrar o meu outro neurónio onde estava guardada o resto da conversa.
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- Sabes… Eu acho que o prazer supremo é estar com o outro.
(Ai que coisa mais cafona, meu deus - Baco? – Frase linda não haja duvida! Não bebes mais nada!. Vou já de vela!)
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Ao que ela sorriu e respondeu, depois de uma pausa ponderadora, que gostava muito de estar comigo.
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Estive para lhe responder que com ela o tempo voava, mas já tinha dito frases enlatadas que chegasse para a noite e preferi atirar-lhe com um:
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- És uma Bacante!...
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Brindamos olhos nos olhos e ela não perguntou o que era uma Bacante.
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Nice!



(Escrito por impulso, just for the fun)


Bons Martinis!

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Dependências

Conceito: Dependência – Aquilo sem o qual não conseguimos viver. O que causa habituação. De uma casa, um quarto, ou um terço. Rotina. Tabaco, álcool, drogas, pessoas.
Namoradas, também
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Se há coisas que me tiram do sério são as dependências.

Uma das piores é a de sentimentos. Não me estou a referir ao gosto de estar com outra pessoa pelo simples motivo de que isso nos faz sentir melhor do que estaríamos se estivéssemos sozinhos. Refiro-me àquelas pessoas que SÓ estão bem ao sentirem-se amadas por alguém, que necessitam de uma relação (uma qualquer!) para se auto-validarem em termos pessoais e sociais.

Geralmente, sendo dependentes e desejarem suprir essa falta desesperadamente, acabam sempre por ter relações muito complicadas e pouco compensadoras porque tendem a atrair vampiros emocionais (indivíduos inseguros e manipuladores que só se sentem bem com gente dependente) o que origina uma relação nada equilibrada.

Em vez de se aproveitarem um ao outro para crescerem como pessoas, para alargarem os seus horizontes e para trocarem prazeres (É assim mesmo: No plural) gastam o tempo todo a gerir ou a apaziguar conflitos, aos quais chamam Amor que, como se sabe, só é do bom se fizer sofrer e morrermos por ele.

Ya...Tretas!

Eu não quero uma namorada que me complete, nem vou ser o complemento de ninguém. Não tenho vocação para vitamina!

Não vai ser por causa dela que me vou sentir bem. Mas é por causa dela que posso ficar MELHOR!

Por isso:

Namorada minha não só pode como deve, continuar a sair com as amigas e os amigos (Sim. Gajos!) sem mim. São pessoas que são importantes para ela, de quem ela gosta e não faz qualquer sentido deixar de as ver, só porque anda comigo. Aliás, se eu gostei dela é também por causa do papel que esses amigos tiveram na vida dela, por isso deixar de os ver é destruir a pessoa pela qual eu me apaixonei. Agora o que pode acontecer é trocarmos de amigos e os dela passarem a ser também os meus e vice versa, mas isso é outra coisa.

Namorada minha tem de ter mais que fazer. Não pode estar sempre colada a mim e muito menos abdicar de coisas que para ela são importantes. Obviamente que cada um será parte importante da vida do outro, mas não seremos TODA a vida. É fundamental partilhar coisas e fazermos coisas em comum, mas isso não pode significar centrar toda a nossa vida no outro. Cada um tem de continuar a existir como pessoa individual.

Namorada minha não deve ter ciúmes. Ciúmes tem a ver com insegurança e posse, não tem a ver com amor. Se eu namoro com ela, então estou com ela e não estou com mais ninguém. Ponto final parágrafo! Do mesmo modo não deve esperar que eu tenha ciúmes. Fico triste e magoado se ela andar com outro, mas não tenho ciúmes. Eu não sou dono dela e ela pode fazer o que quiser. Muito menos faz sentido ter ciúmes de antigos namorados/as e amigos/as, coloridos ou não. Eles foram importantíssimos para cada um de nós e aquilo que somos hoje passa por essas relações, por isso não faz sentido ter ciúmes delas.

Bons Martinis

terça-feira, 24 de abril de 2007

AMOR

Conceito: Amor – “Fogo que arde sem se ver”. Uma razão de viver. A mais alegre das tristezas, a mais triste das alegrias. Algo que nos faz andar parvos e com um sorriso idiota. A comunhão perfeita de duas almas gémeas… Tu e eu...

Ya!... Claro!
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O amor é uma construção cultural.
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É uma convenção social, um manual de procedimentos emocionais, criado por um determinado ambiente social e cultural, que nos diz o que devemos esperar sentir e como nos comportar.
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Pondo de lado os factores físicos, sentimo-nos atraídos por quem nos espelha.
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Começamos a gostar de quem pensa o mesmo que nós, de quem se veste da mesma maneira, de quem tem a mesma postura corporal. Não é por acaso que o Carlos Tê diz “não se ama quem não ouve a mesma canção”
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Todos nós já passámos por situações em que ficamos contentes só pelo facto de descobrirmos que outra pessoa partilha de um gosto connosco. Vermos no outro um espelhamento de atitudes e ideias é uma fonte de segurança para nós. Esta, aliada à atracção, facilmente conduz ao contacto físico, o qual pode ser escalado até ao sexo.
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Se o contacto sexual for regular, ao fim de algum tempo é normal os intervenientes interrogarem-se se amam ou não a outra pessoa.
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O amar é uma forma de legitimar socialmente o facto de agora aquelas duas pessoas passarem muito tempo juntas. É como se dissessem:
“ – Nós fodemos como coelhos, mas com dignidade, porque nos amamos”
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Há a crença de que para cada um de nós existe uma pessoa certa, uma alma gémea por ai; e que encontraremos essa pessoa, por artes mais ou menos mágicas ou obra e graça do D (de Destino ou Deus, conforme a vossa preferência) sem que tenhamos de fazer grande coisa.
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Normalmente os adeptos desta ideia também acreditam que o Amor é uma coisa que aparece naturalmente (quiçá nas árvores…) geralmente consolidando-se com o tempo.
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Considerando que a população humana é de qualquer coisa como 4 biliões de pessoas (algumas das quais já morreram de fome desde que vocês começaram a ler este post) a probabilidade de encontrar a minha alma gémea é menor da de eu ganhar o Euromilhões. Claro que sempre podemos ir para a China ou para a Índia para aumentar um bocadinho as nossas hipóteses, mas os crentes não o fazem, porque de alguma forma as almas gémeas parece que andam sempre por perto umas as outras. Convenientemente, diria…
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Dizer que se ama alguém é cómodo e fica sempre bem. É essa a resposta emocional que se espera de uma pessoa que esteja frequentemente com outra. Aliás... Essa é a ÚNICA justificação que fomos ensinados a aceitar.
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“ – Eu estou contigo porque te amo” – Isto é uma coisa bonita de se dizer. Qualquer outra justificação, mesmo se absolutamente sincera, é inaceitável.
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Estar com alguém só pelo facto de se gostar de estar, pelo facto de estarmos mesmo e completamente quando estamos; é interpretado como sendo um abuso de confiança, que alguém se está a aproveitar do outro, um logro, no fundo...


Mental Note: É muito chato saber que o arco-íris são só gotas de agua e luz reflectida. É que assim deixamos de acreditar em potes de ouro…


Mental Note 2: E Mira? Pois... Tivessem ido! ;-)
Bons Martinis!

quarta-feira, 11 de abril de 2007

MEDO

Conceito: Medo - Receio, temor. Um frio na espinha, mãos humidas. Algo que nos paralisa, que nos tolhe. Tambem algo que se provoca.
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Há dois tipos de medo: Medo de algo presente e medo de algo futuro.
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O medo de algo presente, de uma coisa que está a acontecer agora, é uma reacção de sobrevivência.
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O medo de algo futuro é o maior inimigo da nossa felicidade. É que o futuro não existe. É apenas uma construção mental baseada nas nossas experiências. Não é real, não existe e as experiencias que lhe serviram de base podem estar erradas. Por isso, as consequências que nós imaginamos como terriveis, dos nossos actos, podem nunca vir-se a concretizar.
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O futuro é a nossa maior fonte de medo. É porque acreditamos que o futuro existe que temos medo das nossas acções de hoje, mesmo quando elas são tão simples como falar com alguem que não se conhece ou pedir um beijo a uma rapariga bonita.
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Ser capaz de ligar e desligar a ideia de futuro é o melhor que podemos fazer por nós. Por um lado podemos fazer planos e por outro viver o presente plenamente, não temendo as oportunidades que surgem.
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Sem medo somos capazes de sar da nossa zona de conforto e viver.
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Só vive quem se desconforta.


Bons Martinis




(E para vos desconfortar eu e o Dumal começamos um blog a 4 mãos aqui: http://exborrachados.blogspot.com/)

sábado, 7 de abril de 2007

RARIDADE

Conceito: Raridade - Algo raro, escasso, invulgar. Que não é comum. Eventualmente precioso, talvez cobiçado, certamente invejado. Uma coisa que já não se faz, cujo molde foi partido.
Eu!
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Recentemente estive a fazer estatísticas com algumas amigas minhas. As estatísticas valem o que valem, mas os resultados foram conclusivos.
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Estavamos a contar o numero de homens e mulheres disponiveis que cada um conhecia (sendo usado como critério de disponibilidade o facto de não ter namorado/a) e chegamos a médias de 4 mulheres para cada homem. Eu não queria acreditar o que elas já há algum tempo me diziam, que não haviam homens disponiveis e que pelo contrário há montes de mulheres disponiveis e interessantes. Demograficamente é impossivel, não há assim tantas mais mulheres do que homes que por si justifiquem uma tal diferença. (A história de haver 7 mulheres para cada homem é puro mito urbano) Mas a estatistica lá estava: Nos nossos circulos e amigos e conhecidos haviam 4 mulheres sozinhas para cada homem.
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Ora isto fez-me sentir uma raridade.
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Não tanto pelo lado convencido de " Hó pra mim, que sou tão bom!" , mas mais pela tomada de consciência de que nos dias que correm um homem bem com a vida e consigo próprio, capaz de falar sobre uma variedade de assuntos, que se cuida e cultiva, sem medo de estar sozinho, ou de assumir uma companhia por gosto e não por necessidade, é efectivamente uma raridade.
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Bons Martinis





(Escrito e publicado a partir do meu portátil novo, o primeiro "móvel" da nova casa.)

segunda-feira, 2 de abril de 2007

CHEIRO

Conceito: Cheiro – Intenso, suave, repulsivo, atraente. Florido, herbal, florestado, contaminado. Putrefacto, pútrido, a ratos, a agua de rosas, a mar. A tardes de sol domingueiras, passadas na esplanada frente ao mar porque ainda está frio para ir para a praia. A areia. A homem, a mulher. A homem e a mulher depois do sexo.
Químico e química.
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Gajos!
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Descobri o segredo da atracção feminina! Aquilo por que elas se passam, que as faz babar e sonhar por mais, o equivalente feminino a ver um "ganda" par de mamas ou um rabo perfeito.
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Pois é…
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E sabem que mais? Mais uma vez ficamos discriminados!
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Eu explico: Numa noite destas, estava eu a beber chá (que nem só de rosso vive o Martini) com uma amiga e um casal de namorados, quando a conversa passa para o cheiro dos homens. De acordo com as amigas cada pessoa tem um cheiro característico (Até aqui já sabíamos) mas esse cheiro “que só se sente à distância de um beijo” é aquilo que pode ou não desencadear aquele cocktail mal cozido de emoções a que elas chamam “química.”
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Nós, os gajos, dissemos que era o mesmo que se passava com o (bom! Podre de bom!) aspecto das mulheres: que era isso que nos fazia atravessar a sala para ir pedir uma dança à menina ( ‘Tou numa de romântico, hoje…Já passa!).Ora esta comparação indignou a metade feminina da mesa! (Ya… gajas…) É que, diziam elas, o aspecto era uma coisa superficial, enquanto o cheiro era algo de profundamente pessoal; ao que nós respondíamos que o aspecto da pessoa também não se muda de um momento para o outro e que ambas as coisas (cheiro e aspecto) eram faces da mesma moeda, uma vez que tinham a ver com o lado físico da pessoa e não com as suas qualidades morais ou psicológicas. Que tanto um como outro são profundas respostas animais que estimulam a actividade sexual.~
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E onde é que nós (gajos!) fomos discriminados, perguntarão?
- Onde é que nós (gajos!) fomos discriminados?
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É que elas podem sempre pôr um implante, ir para o ginásio, cuidar do cabelo ou aprender dança do ventre.
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E nós?
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Deixamos de tomar banho, é?



Bons Martinis!

(Os meus agradecimentos á Teresa que acaba de ser nomeada provadora oficial de Martinis)

terça-feira, 27 de março de 2007

CUPIDO

Conceito: CupidoAquele anjinho com asas que anda por ai a juntar casais. Bem... Para dizer a verdade, originalmente, tal como os Gregos o viam, não era assim lá muito anjinho, bem pelo contrário. Que o diga quem já andou com os amores ás avessas. Mas os românticos do sec XIX adoravam transformar tudo em coisas fofinhas para seduzir as ladys entre um desmaio e um afrontamento.

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Hoje recebi uma notícia que me fez muito feliz.
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Mas contente mesmo! Daqueles contentes que dá vontade de pegar nas mãos dela e saltar enquanto se grita, estão a ver? Assim como quando uma amiga nos diz que vai casar ou que está grávida e uma pessoa fica estupidamente alegre?
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É assim que eu estou!
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Ela pediu-me para não contar, mas acho que não faz mal contar aqui, porque a maioria de vocês não a conhecem e aqueles que a conhecem serão discretos, como bons amigos que são.
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Então cá vai!
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A minha ex-mulher tem um namorado.
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Não é fixe? (E não, não estou a ser irónico! Estou mesmo e sinceramente muito contente por eles!)
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Uma das reflexões que me levou a terminar o casamento foi a tomada de consciência que eu, ao continuar ali fisicamente, estava a impedir a minha ex de eventualmente vir a conhecer alguém que a amasse como ela merecia e eu já não era capaz.
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Por isso quando hoje ela me disse que estava a namorar Eu fiquei contente e, confesso, senti que me tiraram um peso dos ombros. Afinal, o choro e a angústia dela quando nos separámos tiveram um final feliz.
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Ainda para mais ele é um amigo meu, a quem eu, no início deste ano, recomendei que recorresse aos serviços profissionais dela. E é um gajo impecável!

O mais giro é que este ano já é o segundo casalinho que "junto". E sei de fonte segura que os seus encontros geralmente começam com um martini... Por isso, caras leitoras, não desesperem: Ainda tenho mais alguns amigos no meu catálogo. :-)
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É mesmo fixe ser-se Cupido, mesmo quando não é de propósito.
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Estou mesmo contente!

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Bons Martinis!

sexta-feira, 23 de março de 2007

NATURAL

Conceito: Natural – Aquilo que nasce connosco. Agir naturalmente. Ser natural. Ser nós próprios. Não ser artificial, não ser teatral.
O teatro não é natural? Pois não... É aprendido e representado. É bem!

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Não quero ser natural!
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Eu detesto que me digam que devo ser eu próprio, que tenho de ser natural e essas coisas todas que ás vezes se diz. Simplesmente acho que não faz sentido.
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É como dizerem-me que, na área profissional por exemplo, me devo acomodar ao trabalho que tenho, sem ambicionar algo melhor e fazer por isso. Não entendo porque é que na esfera social ou pessoal o desejo de progredir, de sermos o melhor que podermos ser e fazer por isso, é imediatamente visto como algo que não é verdadeiro.
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Se eu disser que vou fazer um MBA isso é aceitável e até me fica bem. Se digo que quero ir a um seminário para melhorar as minhas capacidades sociais (Falar em publico ou aprender linguagem corporal, por exemplo) lá me vêm com a história do ser natural e de ser eu próprio.
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Imaginem que eu não era o martini man que tem desligar o telemóvel para estar sossegado em casa, mas que até era um tipo tímido e com vergonha de falar com mulheres. Não tinha o direito de tentar por qualquer meio superar essa timidez? Deveria estar condenado a uma vida solitária só porque tive azar?
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É natural que tudo saísse mal da primeira vez que abordasse uma menina, mas essa não é a verdadeira questão. A questão é que eu estaria a fazer alguma coisa por mim. Uma coisa que não me seria (AGORA e por enquanto) natural, é verdade. Que até poderia parecer ensaiada e forçada, seja. Mas que com a continuação, com a prática, através de um processo de aprendizagem, se tornaria natural em mim.
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Faz hoje 9 meses que mudei a minha vida.
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Foi uma mudança radical, deliberada, pensada, complicada. Não estava bem, durante um ano pensei, analisei e depois mudei. As simple as that. Não foi uma evolução natural. Foi algo artificial e premeditado que introduzi na minha vida e na de outras pessoas
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Eu acredito muito em mudanças vindas de fora para dentro. Acredito que fazer algo fora da nossa zona de conforto, nos pode fazer mudar a nossa atitude perante a vida e perante nós próprios. Tenho uma amiga que começou a fazer surf e só pelo facto de se ter conseguido por de pé na prancha, sentiu-se mais forte. É uma coisa pequena, sem importância, podem dizer. Mas a prática regular vai tornar-la mais segura, mais independente, mais interessante. Muito mais interessante, diga-se...
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Estava outro dia a pensar que se há traço condutor da minha vida, da minha personalidade, é a mudança, frequentemente auto-imposta e com uma direcção especifica. Os tempos em que estive estável, vejo-os, de uma forma ou de outra, como tempos de estagnação, de não vida.
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E a cada mudança, tenho-me sentido melhor comigo próprio.
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Por isso não me venham com a conversa de “ser natural”.


Bons Martinis

terça-feira, 20 de março de 2007

AMOR

Conceito: Amor – Para lá da paixão, muito alem da amizade. Uma ligação especial entre duas ou mais pessoas. Uma forma de vida. Sempre eterno, o seu objecto é que pode mudar ao longo da vida.

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Abriste-me a porta com um sorriso aberto como o coração.
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Tinhas aquele vestido vermelho que te fica tão bem. Olhaste para mim divertida, mandaste-me entrar e beijaste-me.
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Depois, pela mão, levaste-me para a sala de jantar. A mesa estava posta para um jantar a dois. Duas velas esperavam para ser acendidas.
- Mandei vir piza! – Disse ela, sabendo o significado que tinha para nós
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Jantamos à luz das velas, falando do passado e do presente, como quem sabe que terá sempre um futuro comum.
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Depois, quando estávamos a lavar as mãos, olhaste-me nos olhos pelo espelho e perguntaste:
- És meu amigo?
- Sou mais que amigo. Sou teu pai…






Bons Martinis!

sexta-feira, 16 de março de 2007

Fracção

Conceito: Fracção – Parte de. Um bocado de um todo. Algo incompleto. O contrário de inteiro. Um partido ou f(r)acção.
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Há uma certa tendência para termos as nossas relações fraccionadas.
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É fácil termos uma pessoa para ir ao cinema, outra com quem dançar, outra para dar umas fodas selvagens, outra para nos reconfortar a alma, outra para irmos de férias, outra para as festas, outra para os passeios, outra para jogarmos playstation, outra para mimar, outra para nos fazer o jantar...
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É cómodo, é moderno, e sem riscos. Acho que isto até foi tema de um episódio do “Sexo e a Cidade”. Ou seria de um livro da Margarida Rebelo Pinto? Tambem não interessa…
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Cada pessoa está bem arrumada no seu nicho, cada uma tem um papel definido (pelo menos aos nossos olhos...) Só estamos com cada uma delas quando e enquanto nos apetecer. Sempre que ela não cumpra a sua função podemos ir buscar outra donde esta veio. Muito pratico!
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Mas ás vezes há problemas com pessoas que não sabem o seu lugar...
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Por exemplo imaginem que o “reconfortador” se passa da cabeça e começa a querer também ser o “fodedor”? Não pode ser, pois não? Lá por ter acesso directo à nossa alma não quer dizer que também possa ter ao nosso corpo. Onde é que já se viu? Como é que é possível um gajo dar uma foda potente em cima da mesa de jantar a uma gaja que nos conheça e compreenda? Dá para lhe chamar nomes e pegar nela por detrás e dar-lhe com alma? A uma gaja que eu respeite e admire?? Não pode! Era o fim do mundo! Não há tesão para uma coisa dessas! Nem ela se ia sentir à vontade a chupar um gajo que sabe que ela chorou depois do primeiro beijo aos 12 anos…
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Por isso o importante é manter as coisas bem arrumadinhas, ter sempre na ponta da língua um “Somos só amigos!” e sorrir!
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Principalmente sorrir a este mundo novo e admirável das relações fraccionadas.
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(Mas... e se durante o cinema nos apetecer dar a mão? Ou se depois da foda selvagem em cima da mesa de jantar sentirmos um impulso para abrirmos a alma?
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E se nos fartarmos de estar sempre com todos e nunca com ninguém?
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Como é que fazemos? )




Bons Martinis!

segunda-feira, 12 de março de 2007

In Disponibilidade

Conceito: In Disponível – In, o contrário de Out. O que está na moda, ou a dar. Cena mesmo fixola. Coisa que eu gramo bué. Expressão usada por uma tia de Cascais ou da Foz indiscriminadamente, peceeebe?
Disponível, pronto, disposto a, atento a. Se for caso disso, se valer a pena.
In Disponível = Uma disponibilidade só para o melhor.
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Caro Dumal,
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É anti-natura a tua indisponibilidade!
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Não faz qualquer sentido. Tu não nasceste para monge, e continuas a gostar de uns cabelos longos ou de um beijo abraçado com a lembrança de noites passadas. Não és um gajo de ficar em casa a arrumar a colecção de selos ou a chorar desventuras. Tu gostas da vida e o que seria da nossa sem as mulheres?
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Não nos devemos privar dos prazeres, nem ceder-lhes por necessidade fisiológica, mas sim por gosto.
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Por isso, deixa-me que te diga, que esse teu conceito ascético de indisponível te fica mal, não faz a tua cara e até soa a falso para quem não toma cafés contigo.
Ambos sabemos que a alternativa já não passa pelo acordar de manhã e perguntar o nome dela. Isso já foi Havai que deu gajas. Não!
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As coisas passam antes pela In Disponibilidade: Estar muito e bem, só com quem nos dá prazeres (e eles são muitos e de variada forma) e que nos mereça.

Um abraço e
Bons Martinis!

(E não criaste um monstro! Eu sempre foi assim, mas só agora estou In Disponível )

quinta-feira, 8 de março de 2007

Kleenex

Conceito: Kleenex – Marca de lenços de papel e outros produtos de higiene. Os próprios lenços de papel descartáveis. Um dos casos em que a designação comercial transformou-se em sinónimo do produto.
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Eu sou um gajo Kleenex!
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É uma coisa mais forte do que eu, mas quando uma menina me liga a chorar por ter sido chutada pelo ex, não consigo resistir e lá vou eu feito parvo, aliás, feito Kleenex, enxugar-lhe as lágrimas. É um dos defeitos que eu tenho e quero ver se acabo com isso.
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Depois acontece uma de duas coisas, ou sou descartados o que é normal, porque poucas pessoas se sentem confortáveis tendo por perto um lenço sujo onde mostraram o seu lado mais vulnerável, do ranho e lágrimas; ou sou dobradinho e guardado no bolso, para uso futuro. Lindo...
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Por isso, agora não estranhem, se da próxima vez que me ligarem, eu vos mandar dar uma volta dizendo que o gajo que vos fez as lágrimas que as enxugue.
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É que descartável por descartável, prefiro ser Durex.

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Bons Martinis

(E por acaso ontem, ao fim da tarde, foi aberta a época oficial do Martini Time, no Jardim do Tabaco. Já tinha saudade das duas morangoskas ao lado do martini...)

terça-feira, 6 de março de 2007

Destino

Conceito: Destino – Algo que estava predestinado para acontecer. Uma força exterior a nós que determina tudo o que fazemos. Não lhe podemos fugir. O contrário de livre-arbitrio. Se o destino existe para quê fazer alguma coisa? Já está tudo… destinado, não é?
Não!
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Outro dia estava a falar com uma amiga que me dizia que se uma coisa estiver destinada a acontecer, ela acontece. Se não acontecer, então não era esse o destino.
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Achei que era uma treta completa!
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Eu sou filho único e de pais que emocionalmente me negligenciaram. O meu destino era (e fui durante muitos anos) estar sozinho, a chorar de mim próprio, sem amigos, sem família e sem emoções. Se o destino existisse eu seria um tímido e humilde técnico de computadores, cuja vida era passada entre casa e o trabalho, tinha um ou dois amigos que eram as únicas pessoas com as quais falava sem ser no trabalho e nunca tinha recebido ou dado um beijo numa mulher que não fosse uma tia ou prima.
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Mas o destino não existe. Faz-se!
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Um dia (sim! Foi num dia particular e especfico. Posso dar-vos a data, até!) decidi romper a concha que me tinha sido destinada.
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Estudei algo completamente diferente, inscrevi-me em actividades, frequentei cursos, relacionei-me, arrisquei, declarei-me, levei tampas, chorei, ri, vivi.
Mudei o meu destino.
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Conscientemente, deliberadamente, planificadamente e ou caoticamente, mudei-o.
Se não o tivesse feito,
Nunca teria entrado em competições desportivas
Nunca teria esta profissão
Nunca teria beijado
Nunca teria amigos
Nunca teria fodido nem feito amor
Nem nunca teria amado
Nunca teria casado
Nunca teria casa
Nunca teria tido filhos
Nunca me teria divorciado
Nem nunca teria este blog
E muito menos teria fugido ao destino.
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Por isso, minha cara, o destino está lá para ser mudado.


Bons martinis

segunda-feira, 5 de março de 2007

Morte

Conceito: Morte – O fim da vida, o ponto final. Eventualmente o recomeço (depende do que se acredita), claramente o fim do ciclo. A morte faz parte da vida. É o mecanismo natural que recicla a vida e permite o nascimento da próxima geração. É graças à morte que em mim há moléculas que já foram dinossauros ou luz de estrelas distantes. Quanto à minha consciência, ela existirá enquanto vocês se lembrarem de mim.
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Eu não quero morrer num hospital.
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Não que eu tenha alguma coisa contra hospitais, que até lá passei muito tempo quando era pequeno graças à profissão dos meus pais. Mas morrer num hospital é deprimente…
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Uma pessoa está ali entubada, num sítio estranho e frio, sem ninguém conhecido à volta, anestesiado e meio inconsciente, sem poder.
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Se eu pudesse escolher, gostaria de morrer em glória, a fazer aquilo que gosto, no meio dos meus amigos, como o Feher. Ou então em minha casa, onde reunia todas as pessoas que foram e são importantes para mim e despedia-me delas. Ou ainda, depois de fazer amor, enquanto ela estava enroscada em mim, naqueles momentos de paz e comunhão absoluta.
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Se soubesse que ia morrer amanhã, fazia como o JC! Convidava os meus amigos e amigas todos, para um ultimo jantar e pedia-lhes para repetirem aquilo tudo em memória me mim.
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Quando ficar muito velho e estiver cheio de doenças, faço uma mochila e vou para uma montanha qualquer até ao fim. Não vou ficar a vegetar à espera da morte.
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Mas não quero morrer num hospital…
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Este martini é dedicado ao meu tio Augusto que morreu na madrugada de sábado.


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Tchim Tchim, tio!

quinta-feira, 1 de março de 2007

Oral

Conceito: Gosto – Sabor a. Apetência por. Paladar. Prazer. “Quem faz um filho, fá-lo por gosto” O meu gosto, eu gosto. Em Agosto? A gosto!
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É uma das coisas que mais prazer me dá, saborear uma senhora.
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Aninhar-me entre as coxas fofas, descobri-la, sentir o que mais lhe agrada, provocar-lhe um arrepio ou uma contracção. Passear as mãos pelas pernas, pela barriguinha, esticar-me até aos seios fofos e tesos. Ás vezes arranhar... mas não muito.
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Ser suave ou forte, rápido ou desesperadamente lento. Aspirá-la toda, brincar com o botão dela na minha boca, preso, suave mas firmemente, nos meus lábios. Penetrá-la com a língua, com os dedos, em todo o lado.
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Tocando tudo ou só um ponto, com calma, com gosto, com tesão mal contida, quase a rebentar, sem tempos fixos, só ficar ali a dar prazer.
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E depois ir ao céu e voltar, sempre com ela, sei lá quantas vezes. Nela! Eu e ela. Unidos, dois corpos feitos um. Ondulantes, como serpentes enlouquecidas.
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Todo o mundo e nada! Até ela já não aguentar mais e obrigar-me a parar.
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Gosto, pronto!



Bons Martinis

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Homem

Conceito: AFC - Average Frustated Chump. Gajo normal, tipo certinho, que acredita no que lhe foi ensinado pela sociedade, que as meninas são flores delicadas e um pouco tontas e que devem ser tratadas como se fossem feitas de cristal. Geralmente teve só uma namorada na escola (que mais nenhuma tinha pachorra para aturar uma alforreca) e quanto muito outra, quando começou a trabalhar ou na universidade, com a qual casou e vive feliz, mais os dois filhos, na Brandoa ou na Maia. No entanto não pode deixar de sentir um certo vazio na sua vida, que algo lhe passou ao lado, sempre que fica até mais tarde no sofá a ver as meninas do Canal Playboy a tomar banhos de espuma.
Been there, do that, got the T-shirt!
As boas noticias são: Isto cura-se!
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Um dos problemas do nosso tempo é que os homens são cada vez mais femininos.
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Reparem nos modelos (de comportamento e não só) que nos são apresentados e que supostamente fazem as meninas suspirar: Hugh Grant que é um artolas sempre a mostrar o trabalho do dentista, que só sabe representar-se a ele próprio; ou então o Jude Law que num dos últimos filmes que fez era mais perfeito que uma Super Bock sem álcool. Até as duas gajas que lhe telefonavam eram as filhas, para descanso da Cameron Diaz e enternecimento da plateia feminina, como se não fosse normal que um tipo bem parecido e sem compromissos tenha amigas que lhe ligam a convidá-lo para um martini e sabe-se lá mais o quê.
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Onde é que está o Homem no meio disto tudo?
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É que uma coisa é ser sensível e estar em contacto com as nossas emoções e gostar de pintura, decoração ou ter um blog. Outra é ser um panhonha sem poder de decisão e de escolha, que quando sai com um nova amiga a primeira coisa que lhe pergunta é:
- Onde é que queres ir?
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Não há pachorra! Gajo que é gajo, tem de saber para onde vai, ainda por cima com uma mulher. (Ou se for para cima de uma mulher…)
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É que é isto que as mulheres esperam de um homem: Que esteja com elas, que lhes faça companhia, que as oiça (ou faça bem de conta) mas que não seja mais uma amiguinha com um mau corte de cabelo e uma pila.
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Querem um gajo que também lhes diga o que fazer, que lhes pegue pelos cabelos ou que as beije sem medo de elas se partirem. Claro que se ele a seguir a uma noite de sexo louco, lhe faz um pequeno-almoço de sonho na sua cozinha fashion e o leva ao quarto impecavelmente decorado, ela gosta, Mas isso é um bónus!
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Volta Clint Eastwood, estás perdoado
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Bons Martinis

Martini Time

Conceito: Martini Time – Aquele momento mágico numa esplanada, com amigos ou não, que medeia entre a saída do trabalho e o jantar. O tempo entre o fim das obrigações e o inicio das possibilidades. Só funciona com um pôr do sol prolongado, por isso a sua época oficial vai de Março a Outubro.
Finalmente!
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Gosto de esplanadas ao fim da tarde, quando o céu fica alaranjado. Fazem-me lembrar uns cabelos ruivos que conheci recentemente.

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A expressão martini time foi inventada há um par de anos quando um grupo de amigos, que nunca se vira antes, se juntou pela primeira vez.
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O tempo das possibilidades surge quando menos se espera e leva-nos para onde não sonhamos Hoje, por exemplo fui convidado para um trabalho que dá sentido a todo o meu percurso caótico aqui nesta empresa, no mesmo dia que soube que podia mesmo ter casa própria. Talvez por isso, ou não, apeteceu-me jantar comigo, no mesmo sitio onde nasceu o martini time.
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Tomei um, na esplanada ao fim da tarde, olhando o céu laranja, enquanto escrevia isto.
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Bons Martinis